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“Matéria de Composição” é exibido em Belo Horizonte

Exibido em sessão única nesta sexta (22/03/2013), o longa de Pedro Aspahan integra a mostra Estéticas do Contemporâneo, do Cine Humberto Mauro; a entrada é franca.

De que modo aquilo que escuto transforma o que vejo? Pode-se dizer que essa questão ajudou a tecer o fio condutor do filme “Matéria de Composição”, que tem pré-estreia agendada para esta sexta (22), em Belo Horizonte. Elogiado pela crítica e público em sua primeira exibição mundial (durante o 15º Festival de Tiradentes), o longa de Pedro Aspahan apresenta um olhar sensível e atento sobre o processo de criação da composição musical e sua relação com o cinema.

Integrando a mostra Estéticas do Contemporâneo, o documentário será exibido em sessão única no Cine Humberto Mauro, às 19 horas. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados no local, a partir das 18h30. Na sequência do filme, haverá um bate-papo com o diretor.
“Matéria de Composição” começou a ser idealizado em meados de 2008 a partir de uma prolongada experiência de Pedro Aspahan como aluno de música da Fundação de Educação Artística, instituição que tem se dedicado nos últimos cinquenta anos ao fomento e difusão da música de vanguarda dos séculos XX e XXI.

Diante desse estimulante universo de criação e composição musical, Aspahan convidou três compositores: Guilherme Antônio Ferreira, Teodomiro Goulart e Oiliam Lanna a comporem uma música para um vídeo ensaio que ele produzira sobre o processo de retirada de portas e janelas de uma casa em demolição. “Eles teriam total liberdade para proporem qualquer tipo de leitura e relação da música com a imagem. Ao longo de dois anos, todo o processo foi documentado, desde o dia em que os compositores viram o vídeo pela primeira vez”, relembra o diretor.
A partir desse material, o documentário aborda o processo de criação da composição musical na relação com o cinema. Além disso, o mesmo vídeo ensaio é apresentado três vezes ao longo do filme, mas a cada vez escutamos a música de um dos três compositores. Assim, o filme coloca em questão a relação entre a imagem e a música, oferecendo à percepção do espectador uma pergunta formal: de que modo a música transforma a nossa experiência da imagem? De que modo aquilo que escuto transforma o que vejo? Nesse sentido, o filme dialoga com toda uma tradição da história do cinema dedicada às pesquisas das relações entre a imagem e o som.

“Matéria de Composição” participou em 2012 do Riviera Maya Film Festival, no México, na categoria Work in Progress, numa sessão fechada do festival para filmes em finalização, onde recebeu como prêmio Menção Especial do Júri. Em Janeiro de 2013, o filme teve sua estréia mundial na Mostra Aurora do Festival de Cinema de Tiradentes, onde obteve também um Menção de Honra do Júri Jovem.
Sobre os compositores na relação com o filme:

Guilherme Antônio Ferreira | Seu processo de composição passou pela utilização da tecnologia como gerador de probabilidades de combinações melódicas e harmônicas. Através de um software, ele gerou conjuntos sonoros com os quais trabalhou, selecionando uns, excluindo outros e compondo, a seu modo, uma música que apresentava em seu processo, bastante liberdade na relação com a imagem do vídeo. A composição foi escrita para Violoncelo, Clarone e duas Percussões e contou com a execução musical do Grupo Oficina Música Viva.

Teodomiro Goulart | O trabalho de composição do “Teo” foi construído a partir da elaboração de uma metáfora da construção de uma casa, com seus alicerces, pilares, tijolos, tinta. Teo produziu todos os sons da sua composição através de seus “violões fractais” – violões que se acoplam a estruturas pendulares que permitem tocar o instrumento em movimento giratório, como uma hélice, gerando sons espaciais a partir do efeito Doppler (quando a fonte sonora se encontra em movimento). O compositor gravou sozinho cerca de 60 trilhas independentes enquanto via as imagens do vídeo. Depois, fez um minucioso trabalho de construção musical na ilha de edição de áudio.

Oiliam Lanna | O processo de composição musical de Oiliam Lanna partiu das anotações que ele fez de impressões, sensações e memórias geradas pelo vídeo. Após um período de convivência com essas impressões, alimentado também pela tradição musical com a qual dialoga, Oiliam partiu para a composição da partitura, cronometrando o vídeo e idealizando um diálogo possível da música com as imagens. A instrumentação contou com Piano, Violoncelo, Violino, Flauta, Clarineta e Percussão. A regência foi feita com a projeção ao vivo do vídeo e a execução musical teve que se adequar às durações da imagem. Mais uma vez, o Grupo Oficina Música Viva executou, de forma primorosa, a peça composta pelo autor.

Serviço
Pré-estreia do filme “Matéria de Composição”
Local | Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes – Avenida Afonso Pena 1537 – Centro)
22 de março | 19 horas

Mais informações:
contato@pandufilmes.com